Dormitório dos trabalhadores temporários da Toyota

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A fama dos trabalhadores temporários da Toyota se deve à alta remuneração, mas você já se perguntou:

“Como é o dormitório dos trabalhadores temporários da Toyota? E quanto às refeições nos finais de semana?”

“Quanto custa a mensalidade do dormitório? Existe acesso à internet?”

“Como as pessoas passam os dias de folga? Não curto muito festas.”

Essas dúvidas sobre a vida no dormitório são comuns.

Geralmente, os dormitórios são compostos por quartos individuais, mas áreas como banheiros e refeitórios são compartilhados, proporcionando uma convivência coletiva.

Se a realidade do dormitório for muito diferente do imaginado, muitos acabam desistindo logo após a alocação. Por isso, é importante ter uma boa noção do que esperar.

Como trabalhei por cerca de um ano na linha de montagem da Fábrica Tsutsumi como trabalhador temporário da Toyota, posso apresentar uma visão realista sobre a vida no dormitório.

Neste artigo, abordaremos os custos dos dormitórios, as refeições e o refeitório, além da rotina diária desde o momento de acordar até ir dormir.

Se você não consegue imaginar como é viver no dormitório como trabalhador temporário, leia este conteúdo com atenção.

Dormitórios da Toyota e o ambiente ao redor

Os trabalhadores temporários da Toyota trabalham na província de Aichi e, portanto, precisam residir em dormitórios.

Dentro da província, existem diversas fábricas da Toyota, cada uma com seus respectivos dormitórios.

Embora haja dormitórios com quartos individuais e compartilhados, os dormitórios de quartos individuais são prioritariamente destinados aos funcionários efetivos, o que faz com que raramente sejam oferecidos aos temporários.

Dormitórios com nomes em inglês como “Aribio ○○” ou “Residence ○○” são considerados muito bons; se você tiver a sorte de ser alocado em um deles, aproveite ao máximo!

Eu fui designado para a Fábrica Tsutsumi e utilizei o “Dormitório Seifū nº 3”, localizado na região de Takaoka.

Era um tipo de apartamento relativamente limpo, mas o quarto era compartilhado por quatro pessoas.

Confesso que não sou fã de quartos compartilhados, mas, felizmente, os outros três colegas tratavam o trabalho de forma profissional, de modo que a convivência se limitava a cumprimentos rápidos ao se encontrarem.

Contudo, o barulho dos vizinhos era facilmente ouvido (e o nosso também), o que dificultava um pouco a tranquilidade.

A região onde se encontra o Dormitório Seifū nº 3 é cercada por vastos campos, proporcionando um ambiente calmo e relaxante.

A seguir, descreverei com detalhes esse dormitório.

Custos com utilidades e mensalidades

Uma das principais dúvidas ao entrar no dormitório é sobre o valor do aluguel e das contas de serviços.

A boa notícia é que os dormitórios da Toyota oferecem ambos gratuitamente!

Considerando que moradia e contas representam os maiores gastos, eliminar esses custos é uma grande vantagem.

Dormitórios considerados “top”, como os Aribio e Residence, também são gratuitos.

Ambiente de internet

Você pode usar a internet à vontade, porém, é necessário contratar o serviço por conta própria, o que gera uma cobrança.

Dependendo do contrato, podem haver multas por rescisão antecipada, então é importante ficar atento na hora da contratação.

Para trabalhadores temporários, que possuem um período de trabalho definido – por exemplo, 3 ou 6 meses –, recomenda-se optar pelo WiMAX em vez de uma conexão fixa.

Isso porque, sem necessidade de instalação, o WiMAX é portátil e pode ser mantido mesmo se você for trabalhar em outra região para outra empresa. Só não esqueça de verificar se o serviço está disponível na sua área.

Uso de estacionamento

Basicamente, a Toyota proíbe que veículos sejam trazidos para dentro dos dormitórios (com exceções).

Apenas após um ano de trabalho contínuo é possível portar um carro particular, mas mesmo assim, ele não pode ser usado para o trajeto diário.

Como os dormitórios e as fábricas geralmente estão localizados longe dos centros urbanos, a falta de um meio de transporte pessoal pode ser um problema.

É possível alugar um estacionamento mensal nas proximidades, mas se você deseja usar um carro, haverá custos extras. Lembre-se, entretanto, que o carro particular não pode ser utilizado para o deslocamento diário ao trabalho.

Refeições e refeitório do dormitório

Os dormitórios da Toyota contam com um refeitório.

No refeitório, o café da manhã custa cerca de 300 ienes, e os demais pratos ficam em torno de 500 ienes, sendo preços bem acessíveis.

Contudo, nem todos os dormitórios possuem refeitório. No dormitório onde morei, o Seifū nº 3, não havia refeitório próprio.

Para utilizar o refeitório, seria necessário se deslocar até outro dormitório próximo, o que pode ser complicado em dias de chuva ou no frio do inverno.

É possível levar uma panela elétrica ou micro-ondas, e muitas pessoas optam por preparar refeições simples com ingredientes comprados em lojas de conveniência ou supermercados.

Vale mencionar que, embora o cardápio do refeitório seja razoável, não se destaca pelo sabor; é algo mediano.

Por outro lado, o arroz e a sopa de missô são ilimitados, o que agrada bastante, mesmo que o tempero seja, em geral, um pouco forte.

No geral, é uma solução econômica que ajuda a manter o estômago cheio, o que é ideal para quem veio trabalhar para ganhar dinheiro.

O horário de funcionamento do refeitório varia conforme o local, então fique atento.

Métodos de pagamento no refeitório

Existem três métodos para pagar no refeitório:

  • Desconto no salário: O valor consumido é deduzido automaticamente do salário.

  • Pagamento em dinheiro: Paga-se na hora, em dinheiro.

  • Cartão pré-pago: Você carrega o cartão com um valor desejado e utiliza-o para pagar. Ao emitir o cartão, é necessário um depósito de 1.000 ienes, que é reembolsado quando o cartão não é mais utilizado.

O desconto no salário é o método mais prático, pois basta apresentar o crachá e o valor é deduzido automaticamente, sendo altamente recomendado.

Impressões sobre o refeitório

Sinceramente, eu não costumava usar muito o refeitório.

Embora os pratos sejam baratos e fartos, não são excepcionalmente saborosos, e o fato de precisar se deslocar para outro dormitório torna o processo um pouco incômodo.

Para mim, comprar algo em uma loja de conveniência próxima e comer ali era mais satisfatório.

Durante meu período na Toyota, minhas refeições eram compostas por bentôs, comidas congeladas compradas no supermercado ou refeições em restaurantes.

Rotina diária

A seguir, apresento como era um dia típico de trabalho para um trabalhador temporário, desde o momento em que acordava até ir dormir.

Rotina do turno diurno

Acordar:

O início do turno diurno na Toyota é às 06:25, um horário bastante cedo.

Como não é permitido usar carro particular, o transporte é feito por ônibus gratuitos.

Os ônibus saem entre 05:15 e 05:30, então, se perder o ônibus, você será considerado atrasado – não dá para dormir demais.

A Toyota oferece vários tipos de bônus desde que não haja atrasos ou faltas.

Por isso, para evitar qualquer contratempo, eu costumava acordar às 03:50.

A pressão de não se atrasar todas as manhãs era realmente desgastante.

Caso perca o ônibus, o recurso é recorrer a um táxi, mas isso quase garante o atraso e, consequentemente, a perda de bônus naquele mês.

Chegada à fábrica:

O trajeto de ônibus leva cerca de 20 minutos até a fábrica.

Após chegar, é preciso ir ao vestiário, trocar para o uniforme de trabalho e se dirigir à área de produção.

Logo após a verificação de segurança e as orientações do supervisor, a linha de produção é iniciada.

Retorno:

Se não houver horas extras, o turno diurno encerra às 15:05 e o retorno é feito pelo mesmo serviço de ônibus gratuito.

A Toyota costuma ter poucos casos de horas extras; se houver, normalmente duram de 30 minutos a 1 hora, ou, em períodos de alta demanda, até 2 horas.

Após o fim do turno, troca-se de roupa e retorna-se ao dormitório, utilizando o ônibus – que sai a cada 30 minutos, porém, o trajeto pode levar um pouco mais de tempo devido ao trânsito.

Banho:

No dormitório há um grande banho compartilhado, com horários variados de uso.

Por exemplo, às segundas e domingos, o acesso é no final da tarde até 23h ou 24h, enquanto em outros dias, o banho fica disponível aproximadamente 1 hora após o início do turno, por cerca de 8 horas.

Contudo, o grande problema é que o banho fica “fora do dormitório”, o que torna o deslocamento difícil em dias de chuva, neve ou frio intenso.

Além disso, em horários de pico, o banheiro pode ficar muito cheio, e há sempre a preocupação com resíduos flutuantes na água, cuja origem é incerta.

Por isso, muitas vezes, acabo optando por apenas tomar um chuveiro, que é feito em cabines individuais e está disponível 24 horas.

Refeição noturna:

Depois do banho, é hora do jantar.

As opções incluem comer fora, utilizar o refeitório ou preparar algo simples no quarto (embora a auto-preparação seja geralmente proibida – apenas o uso do micro-ondas é permitido).

Caso você decida comer no quarto, lembre-se de avisar os colegas para evitar incômodos com odores fortes.

Além disso, fazer lanches à noite pode ser mal visto pelos colegas, então é melhor ter cuidado.

Ir dormir:

Após o jantar e o banho, é hora de dormir.

Embora seja tentador se distrair com jogos ou a internet, como o início do dia é muito cedo, é necessário dormir até pelo menos as 22h para estar bem descansado para o próximo dia de trabalho.

Como o trabalho exige muito esforço físico, uma boa noite de sono é essencial para se recuperar.

Contudo, o barulho dos colegas no dormitório pode atrapalhar o sono, e pessoas mais sensíveis podem ter dificuldades para adormecer – usar tampões de ouvido pode ajudar.

Rotina do turno noturno

A rotina do turno noturno é semelhante à do diurno, com a diferença nos horários.

Acordar:

Para o turno noturno, o trabalho começa às 16:00, então o horário de acordar é por volta das 14:00, uma hora antes da partida do ônibus.

Diferentemente da manhã, acordar no período da tarde é mais tranquilo.

Chegada à fábrica:

Os ônibus para o turno noturno saem entre 15:05 e 15:20, e, se você perder o ônibus, terá que usar um táxi – o que pode causar um pequeno atraso.

Em geral, mesmo com algum atraso, chega-se à fábrica com tempo suficiente para iniciar as atividades.

Retorno:

O turno noturno termina às 00:40, com poucos casos de horas extras – geralmente de 1 a 2 horas em períodos de alta demanda.

O ônibus de retorno está disponível, com a última viagem por volta das 4h.

Mesmo assim, normalmente não ultrapassa as 3h, e o trajeto dura cerca de 15 minutos, pois o trânsito é mínimo durante a madrugada.

Banho:

Ao chegar ao dormitório, pode já ser de madrugada ou até de manhã cedo, mas o corpo, suado pelo trabalho, precisa de um banho.

No entanto, sair para tomar banho durante o inverno àquela hora pode ser um verdadeiro desafio.

Mesmo assim, é necessário para não dormir com o corpo pegajoso.

No turno noturno, o grande banho compartilhado fica disponível de terça a sábado, das 01:00 às 05:30.

Apesar de ser um momento agradável devido ao calor que penetra o corpo, o banho também pode apresentar resíduos flutuantes.

Em tais casos, muitos optam pelo chuveiro individual, que está disponível 24 horas.

Refeição:

A refeição no turno noturno é simples.

Como os supermercados e lojas de conveniência que funcionam 24 horas estão próximos, geralmente compra-se algo rápido, como alimentos congelados ou pães.

Dormir:

Após a refeição, há um período de tempo livre para assistir TV ou vídeos, mas devido à necessidade de silêncio, geralmente tenta-se dormir entre 20h e 21h.

O ambiente noturno pode dificultar o sono para alguns, principalmente devido à inversão do ciclo circadiano.

Usar tampões de ouvido e máscara para os olhos pode ajudar, especialmente se você tem dificuldade para se adaptar à vida de turnos.

Dias de folga

Agora, vamos falar sobre como os trabalhadores temporários passam seus dias de folga.

A Toyota adota, em geral, um sistema de folga aos finais de semana, além de feriados prolongados como Golden Week, feriados de verão (Bon) e de fim de ano.

Há também dias de férias remuneradas.

Mas como os trabalhadores temporários aproveitam esses dias?

Curta duração

Nos finais de semana e folgas curtas, a forma mais comum de passar o tempo – de acordo com a minha experiência e relatos de colegas – foi dormir bastante.

Embora pareça simples, descansar é fundamental para recuperar as energias após um trabalho extenuante e uma rotina de turnos que desgasta o corpo.

Alguns também aproveitam para fazer massagens ou alongamentos.

Outras formas populares foram assistir a dramas, animes ou filmes, atividades que, com a internet, podem ser feitas sem sair do dormitório.

Assinar serviços de streaming por cerca de 1.000 a 2.000 ienes mensais é econômico e divertido.

Outra opção, surpreendentemente comum, é jogar videogames, o que inclusive serve para socializar com os colegas durante as pausas.

Em resumo, a maioria das pessoas prefere ficar no dormitório, já que sair gera gastos extras e, nos fins de semana, os dormitórios costumam ser mais tranquilos.

Férias prolongadas

Em períodos de férias longas, como Golden Week, feriados de verão ou fim de ano, muitos trabalhadores temporários optam por viajar ou voltar para casa.

Por exemplo, na província de Aichi, onde a Toyota está situada, muitos aproveitam a proximidade com a cidade de Nagoya para passeios curtos.

Trabalhadores vindos de outras partes do país podem optar por viajar mesmo que a curta distância, já que para eles sair do dormitório já é uma mudança significativa de cenário.

No entanto, viajar durante esses períodos pode acarretar custos maiores com passagens devido ao aumento da demanda, e alguns preferem passar as férias no dormitório para economizar.

Se optar por viajar, é importante lembrar que durante as férias o dormitório pode ser inspecionado várias vezes para verificar a segurança e a limpeza, então mantenha seu quarto sempre em ordem.

Socialização fora do trabalho

Um ponto importante na vida dos trabalhadores temporários é a interação social, embora essa convivência seja geralmente superficial, já que a maioria das pessoas está focada no trabalho.

No dormitório onde morei, que acomodava centenas de pessoas em quartos compartilhados, a convivência se resumia a cumprimentos rápidos ao passar nos corredores.

Algumas vezes, há reuniões para decidir tarefas de limpeza em áreas comuns, mas, fora isso, as interações são bem superficiais.

Há, sim, casos de colegas que se reúnem para jogar ou sair para beber, mas, em geral, a mentalidade é “vim para trabalhar, não para socializar”.

Entretanto, se você planeja trabalhar por mais de um ano, vale a pena cultivar, mesmo que minimamente, alguma rede de contato com os colegas, pois isso pode facilitar o ambiente de trabalho.

Quanto às festas, há apenas algumas ao ano.

Eu mesmo raramente participei, pois não via vantagem em gastar dinheiro e tempo com pessoas com as quais não tinha muita afinidade.

Porém, se houver eventos organizados pelo seu departamento, pode ser interessante comparecer para estreitar os laços e facilitar a comunicação.


Conclusão

Como pode ser visto, o trabalho temporário na Toyota é bastante exigente – e não é para menos, sendo conhecido como “um inferno” pelas duras condições de trabalho.

No entanto, uma vez concluídas as tarefas do dia, a vida no dormitório é relativamente livre e flexível.

Desde que você cumpra suas obrigações, seja para jogar, viajar ou frequentar a vida noturna, você tem a liberdade de aproveitar seu tempo livre como quiser.

O equilíbrio entre trabalho e vida pessoal é bem definido, mas lembre-se: enquanto você estiver na Toyota, ainda é necessário manter uma postura ética e respeitosa, mesmo fora do horário de trabalho.